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quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Classificação dos países com mais perseguição religiosa em 2011




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No site da Missão Portas Abertas você encontrará todas as informações para ajudar aos cristãos perseguidos no mundo e também como poderá contribuir com está obra. Ao invés dar dinheiro a alguns programas que gastam milhões com coisas boas mas sem a necessidade de tantos milhões, melhor coisa é contribuir com quem investe nas coisas certas com valores certos, melhor é investir na Missão Portas Abertas ou na Visão Mundial

Para saber como você pode contribuir para a Missão Portas Abertas acesse:

http://www.portasabertas.org.br/

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Muçulmanos incendeiam e saqueiam igrejas cristãs na Indonésia



Um grupo de muçulmanos indonésios incendiou e depredou igrejas cristãs e enfrentou a polícia nesta terça-feira, em meio a uma onda de violência religiosa no maior país islâmico do mundo.

Dois dias depois de um grupo de muçulmanos ter linchado até a morte três membros de uma pequena seita islâmica, uma multidão de muçulmanos furiosos atearam fogo a dois templos cristãos e saquearam um terceiro na cidade de Temanggung, no centro da ilha de Java, segundo a polícia.

Os fatos ocorreram durante confrontos com a polícia quando o grupo reclamava a pena de morte para um cristão condenado por blasfêmia contra o islã.

Slamet Riyadi/AP
Estátua de Jesus Cristo quebrada por ataque a igreja cristã em Temanggung, em Java Central, Indonésia
Estátua de Jesus Cristo quebrada por ataque a igreja cristã em Temanggung, em Java Central, Indonésia

Eles exigem a pena de morte para Antonius Bawengan, 58, cristão condenado a cinco anos de prisão por distribuir panfletos considerados ofensivos ao islamismo.

"Hoje [terça-feira] foi o auge do julgamento. A multidão gritava que ele deveria ser condenado à morte ou ser entregue ao público", afirmou Djihartono, porta-voz da polícia provincial de Java Central.

Os manifestantes gritavam "morra, morra" do lado de fora do tribunal, e "queimem, queimem" ao seguirem em direção às igrejas, em uma região de Java onde muçulmanos e cristãos convivem pacificamente. Uma escola católica também foi vandalizada.

Os cerca de 1.500 manifestantes também atiraram pedras contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo e tiros de advertência para o alto. Uma viatura da polícia foi queimada em meio à confusão, que começou em frente à corte e se espalhou pelas ruas do bairro.

O mais recente episódio de violência religiosa na Indonésia --geralmente citada como exemplo de país pluralista-- coincide com um aumento da pressão sobre o governo para que combata o extremismo e reforce seu compromisso com a diversidade.

A Constituição indonésia garante liberdade religiosa, mas grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que a violência contra minorias --incluindo cristãos e ahmadis-- só aumentaram desde 2008.

Organizações como a Anistia Internacional indicam que a intolerância está em alta na Indonésia, país de 240 milhões de habitantes, dos quais 80% são muçulmanos.

AHMADIS

Nesta segunda-feira, a imprensa indonésia divulgou um vídeo com imagens fortes, que mostram como membros de um movimento religioso minoritário são linchados por uma multidão de muçulmanos sem que a polícia intervenha.

As imagens foram filmadas no domingo em um povoado no oeste de Java, onde mais de 1.000 pessoas, armadas com machados e pedaços de pau, atenderam à convocação de organizações islâmicas para impedir uma reunião da seita dos ahmadis em uma casa particular. Três membros do movimento religioso morreram, segundo a polícia.

AFP
Imagem de vídeo que mostra ataque de multidão de muçulmanos a grupo religioso minoritário na Indonésia
Imagem de vídeo que mostra ataque de multidão de muçulmanos a grupo religioso minoritário na Indonésia

Os ahmadis, movimento pacifista, contam com 500 mil fiéis na Indonésia, onde mais de 80% da população é muçulmana.

Eles acreditam que Maomé não foi o último profeta do islã e dizem que Mirza Ghulam Ahmad, que fundou a seita na Índia no século 19, foi um sucessor e messias.

Um decreto do governo, adotado em 2008 devido à pressão de movimentos islâmicos, proíbe os ahmadis de propagar sua fé.

"Este brutal ataque contra fiéis ahmadis reflete o contínuo fracasso do governo indonésio em proteger as minorias religiosas de perseguições e ataques e em responsabilizar os responsáveis por estes crimes", destacou Donna Guest, diretora da Anistia Internacional para a região do Pacífico Asiático.

Scot Marciel, embaixador americano em Jacarta, divulgou um comunicado nesta terça-feira "lamentando a violência". "Encorajamos o governo indonésio a continuar incentivando a tolerância e protegendo os direitos de todas as comunidades", afirmou.

O presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, condenou o linchamento dos ahmadis no domingo, mas defendeu a lei de 2008 que proíbe a seita de propagar sua fé. Esta legislação é usada por grupos radicais muçulmanos para justificar os ataques contra membros da minoria religiosa.

Fonte Folha.com

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Deus nos livre de um Brasil evangélico



Ricardo Gondim

Começo este texto com uns 15 anos de atraso. Eu explico. Nos tempos em que outdoors eram permitidos em São Paulo, alguém pagou uma fortuna para espalhar vários deles, em avenidas, com a mensagem: "São Paulo é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso".

Rumino o recado desde então. Represei qualquer reação, mas hoje, por algum motivo, abriu-se uma fresta em uma comporta de minha alma. Preciso escrever sobre o meu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. A mensagem subliminar da grande placa, para quem conhece a cultura do movimento, era de que os evangélicos sonham com o dia quando a cidade, o estado, o país se converterem em massa e a terra dos tupiniquins virar num país legitimamente evangélico.

Quando afirmo que o sonho é que impere o movimento evangélico, não me refiro ao cristianismo, mas a esse subgrupo do cristianismo e do protestantismo conhecido como Movimento Evangélico. E a esse movimento não interessa que haja um veloz crescimento entre católicos ou que ortodoxos se alastrem. Para "ser do Senhor Jesus", o Brasil tem que virar "crente", com a cara dos evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira).

Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de como seria desastroso se acontecesse essa tal levedação radical do Brasil.

Imagino uma Genebra brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um puritanismo moreno. Mas, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu? Não gosto de pensar no destino de poesias sensuais como "Carinhoso" do Pixinguinha ou "Tatuagem" do Chico. Será que prevaleceriam as paupérrimas poesias do cancioneiro gospel? As rádios tocariam sem parar "Vou buscar o que é meu", "Rompendo em Fé"?

Uma história minimamente parecida com a dos puritanos provocaria, estou certo, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?

Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse o alucinado Charles Darwin. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos e Derridá nunca teria uma tradução para o português.

Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, pesquisados como desajustados para ganharem o rótulo de loucos, pederastas, hereges.

Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada, de várzea aconteceria quando?

Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu; basta uma espiada no histórico de Suas Excelências nas Câmaras, Assembleias e Gabinetes para saber que isso aconteceria.

Um Brasil evangélico significaria o triunfo do "american way of life", já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura do Norte. Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos.

Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro a perguntar: Como seria uma emissora liderada por eles? Adianto a resposta: insípida, brega, chata, horrorosa, irritante.

Prefiro, sem pestanejar, textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado a qualquer livro da série "Deixados para Trás" ou do Max Lucado.

Toda a teocracia se tornará totalitária, toda a tentativa de homogeneizar a cultura, obscurantista e todo o esforço de higienizar os costumes, moralista. 

O projeto cristão visa preparar para a vida. Cristo não pretendeu anular os costumes dos povos não-judeus. Daí ele dizer que a fé de um centurião adorador de ídolos era singular; e entre seus criteriosos pares ninguém tinha uma espiritualidade digna de elogio como aquele soldado que cuidou do escravo.

Levar a boa notícia não significa exportar uma cultura, criar um dialeto, forçar uma ética. Evangelizar é anunciar que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, praticar a justiça e criar meios de solidariedade; Deus não é rival da liberdade humana, mas seu maior incentivador.

Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.


Soli Deo Gloria
7-02-11

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Minha vida sem Deus



Outro dia me surpreendi me perguntando como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus. Em termos positivos, quis saber a respeito da função de Deus em minha vida (já sei, você vai dizer que reduzi deus a uma coisa e estabeleci com ele uma relação mecânica e funcional, mas deixa pra lá, você vai ver que não é isso, só estou usando a melhor palavra que achei). O primeiro impulso foi na direção da questão ética: Deus é minha matriz de certo e errado, bem e mal. Há muita coisa que faço e deixo de fazer na vida por acreditar que Deus é um padrão a ser seguido ou obedecido, não necessariamente por causa de Deus em si, mas a bem de quem o obedece ou segue: algo como seguir as orientações de um manual de instruções – você pode fazer do seu jeito, mas a coisa não vai funcionar, e o resultado não é que o manual vai ficar triste ou bravo com você, mas que a coisa não vai funcionar mesmo.

Logo depois desta conclusão rápida, me pareceu óbvio que Deus não seria a única alternativa para que eu tivesse uma orientação ética: os ateus e agnósticos também têm sua ética. O passo seguinte foi imaginar que outra função Deus ocuparia em minha vida além da referência ética.

Provavelmente você afirmaria o óbvio: Deus é aquele que cuida de mim, me protege, provê para o meu bem e minha felicidade. Embora eu acredite nisso, na verdade, não me basta, pois a vida está cheia de acontecimentos que me induziriam a acreditar exatamente o contrário. Caso eu dissesse a um cético que Deus é como um pai, mas um pai todo-poderoso que cuida de mim, certamente eu seria bombardeado de perguntas. Como disse Robert De Niro: "Se Deus existe, ele tem muito o que explicar". Além disso, estar sob o cuidado de um superprotetor não é a razão porque acredito em Deus: de fato, abro mão de ser protegido – minha solidariedade com a raça humana não me permite esperar melhor sorte do que a das crianças abandonadas, dos enfermos crônicos, dos miseráveis e vitimados pelas atrocidades dos maus. Ou Deus protege todo mundo, ou a proteção não serve como fundamento para a crença nele.

A idéia de um ser lá em cima fazendo e acontecendo aqui em baixo, como um mestre enxadrista que faz dos seres humanos peças num tabuleiro cósmico nunca me agradou. Mas mesmo assim, acredito nisso: sou daqueles que acredita que Deus está no controle do universo e da história. O que quero dizer é que não acredito em deus como se as coisas que acontecem ou deixam de acontecer fossem resultado de decisões divinas, do tipo: vou dar este emprego pra ele? vou curar esta criança? vou dar este câncer de mama para ela? vou fazer com que eles se casem?, e assim por diante, como se Deus fosse uma máquina de decisões que não para nunca e afeta tudo quanto existe em tudo quanto é lugar em relação a todo mundo.

A maneira como percebo Deus é mais ou menos como percebo o sol: ele simplesmente está lá. Acredito em Deus mais ou menos assim: Deus está, ou se preferir, Deus é. Assim como o sol irradia seu calor sem cessar, também Deus afeta tudo em todo lugar em relação a todo mundo. O sol não precisa tomar decisões: ele simplesmente está lá. Assim também em relação a Deus.

É verdade que nem todas as pessoas e nem todos os lugares são afetados pelo sol, e também que as pessoas e lugares que são afetados pelo sol experimentam o sol de maneira diferente e com conseqüências as mais variadas. Mas não por causa do sol. O sol está sempre lá e é sempre do mesmo jeito. O que muda é a realidade sobre a qual o sol incide: se a pessoa está à sombra é afetada de um jeito, se está descoberta é afetada de outro; o fruto do topo da árvore é afetado de um jeito, escondido entre as folhas, de outra; a água do lago é afetada de um jeito, empoçada, de outro; uma planta em boa terra e irrigada é afetada de um jeito, em solo ruim e seca, de outro. O sol está sempre lá e do mesmo jeito, aqui embaixo é que as coisas são diferentes.

Assim também em relação a Deus. Ele é, e sempre do mesmo jeito, as condições que lhe são dadas é que mudam: uma criança sozinha na rua e outra num ambiente familiar de afeto e amor; um homem que aproveitou bem suas oportunidades de estudo e formação profissional e outro que não teve a mesma sorte; alguém com uma doença congênita e outra pessoa com propensão atlética; a periferia do Haiti e o condomínio na Califórnia. Deus é, e sempre o mesmo, fluindo de maneira plena e equânime sobre tudo e todos, em todo tempo e lugar. As realidades sob sua influência é que são distintas. Por esta razão as conseqüências de sua influência são diversas e jamais podem ser padronizadas.

Já imagino o que você está pensando. Você acha que acabei de tirar a dimensão pessoal de Deus, e passei a tratar Deus como uma força ou uma energia. Faz sentido, mas tenho uma saída. A diferença entre Deus e uma força ou energia é que as forças e energias não afetam dimensões pessoais. Por exemplo, não é possível prescrever 30 minutos de banho de sol para adquirir capacidade de perdoar, 20 minutos de banho de chuva para se livrar do vício de mentir, ou 45 minutos de banho de luz para se encher de compaixão. Essas coisas: amor, perdão, misericórdia, justiça, solidariedade, pureza de coração, alegria e saudades são atributos pessoais, relativos a seres conscientes, auto-conscientes, com capacidades afetivas-emocionais, intelectuais e racionais, e volitivas. Por esta razão, o sol é apenas uma metáfora – incompleta, como toda metáfora – para Deus.

Deus não é uma energia ou uma força impessoal, mas o Ser–em–Si, fundamento pessoal de toda a realidade existente. Como disse São Paulo, apóstolo: em Deus somos, nos movemos e existimos.

Dallas Willard me ajudou muito a compreender isso quando afirmou que a principal maneira como somos afetados por Deus é através de "pensamentos e sentimentos que são nossos, mas não tiveram origem em nós". Esta é minha experiência de Deus. Continuo acreditando que Deus está no controle de tudo, é livre para tomar decisões e afetar a realidade conforme sua vontade, cuida de mim e de todo mundo, faz e acontece na história e nas minhas circunstâncias, dispões de pessoas para a vida e para a morte, e o que mais você quiser ou considerar necessário atribuir como capacidade e direito a alguém que seja chamado Deus, afinal, por definição, Deus é incondicionado e ilimitado. Mas todas estas coisas atribuídas a Deus me são imponderáveis e inacessíveis. O que me afeta de fato é que crendo em Deus e conscientemente me submetendo a Ele, experimento pensamentos e sentimentos que são meus, mas não têm origem em mim. Sou levado a um estado de ser ao qual jamais conseguiria chegar sozinho. Deus é meu interlocutor amoroso. Deus é meu companheiro de viagem.

O que acontece fora de mim, se Deus faz ou deixa de fazer, se foi ele quem fez ou deixou de fazer, não me diz respeito, minha razão não alcança, e, portanto, não é objeto de minha preocupação para caminhar pela vida. Mas o que acontece dentro de mim, isso sim, é tudo quanto eu tenho e me basta. Tudo quanto tenho para orientar a minha peregrinação existencial são sentimentos e pensamentos que são meus, muitos deles que não tiveram origem em mim. Isso é questão de fé. E essa é a minha fé: estou sob Deus, suplicante e humildemente dependente de seu amor para me tornar tudo quanto estou destinado a ser, independente do que me possa acontecer.

A mim me basta saber que em pastos verdejantes às margens de águas puras e cristalinas, ou no vale da sombra da morte, nada preciso temer, pois Deus está comigo, refrigerando-me a alma, guindo-me pelos caminhos da justiça por amor do seu nome. A mim me basta saber que se Deus é por mim, ninguém pode ser contra mim, pois nada pode me separar do amor de Cristo: nem tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada, pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Não sei como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus. Muito menos se Deus não acreditasse em mim. E nem quero saber.

Fonte Blog do Ed René Kivitz

Em ato pacífico, dezenas de milhares rezam em praça no Cairo



Dezenas de milhares de egípcios participaram nesta sexta-feira da oração do meio-dia na praça Tahrir, no centro do Cairo, onde se concentram os manifestantes antigoverno no dia da Marcha da Partida, esforço máximo pela renúncia do ditador Hosni Mubarak.

"É um movimento egípcio. Todo mundo participou, tanto muçulmanos como cristãos, para exigir os direitos que lhes roubaram", declarou o imã que liderou a oração, identificado como Khaled al Marakbi pelos fiéis reunidos na praça.

Sebastian Scheiner/AP
Manifestantes antigoverno se reúnem aos dezenas de milhares na praça Tahrir para a oração tradicional do meio-dia
Manifestantes antigoverno se reúnem aos dezenas de milhares na praça Tahrir para a oração tradicional do meio-dia

A oração ocorreu sob os olhares atentos dos militares, mas de maneira pacífica após dois dias de violentos confrontos entre manifestantes da oposição e apoiadores de Mubarak, no poder há 30 anos.

O ritual, dirigido por um imame, foi seguido com grande fervor por manifestantes da oposição que estão chegando maciçamente ao local.

Em seu sermão, o imame solicitou orações pelos mortos da revolta popular um pedido que foi seguido com lágrimas por muitos dos participantes do ato.

"Os protestos dos jovens se transformaram em um movimento nacional", afirmou.

"Não temos um partido que nos represente e expresse nossas reivindicações. Aquele que quiser negociar, que venha aqui para falar", afirmou o irmã. "Estamos livres e queremos viver livres. Peço que tenham paciência até a vitória", completou.

O imã chorou durante a oração na qual se lembrou dos mortos. Números não oficiais falam em mais de 140 mortos, mas a ONU (Organização das Nações Unidas) diz ter recebido relatos de cerca de 300 mortos desde 25 de janeiro. O último número oficial do governo, divulgado nesta quinta-feira, indica oito mortos e mais de 900 feridos na última semana.

Hannibal Hanschke/Efe
Manifestantes começam a chegar na praça Tahrir para Marcha da Partida, contra Mubarak
Manifestantes começam a chegar na praça Tahrir para Marcha da Partida, contra Mubarak

O imame também disse que cristãos e muçulmanos estão participando do protesto juntos. Nas orações deste meio-dia, acompanhada por uma imensa maioria de muçulmanos, também se viam cristãos seguindo suas próprias rezas.

"É um momento crucial", afirmou à agência de notícias Efe Adam Molyneuh, um dos manifestantes.

A imagem de milhares reunidos na oração em Tahrir é rara, já que o momento religioso mais importante da semana para o Islã costuma se limitar à intimidade das mesquitas.

Tão logo acabou a cerimônia, as pessoas começaram a gritar "vá embora, vá embora já" para pedir a renúncia de Mubarak, 82.

MARCHA

Mais cedo, milhares de egípcios seguiam nesta sexta-feira para a praça Tahrir para se unir aos milhares de manifestantes que passaram a noite no local, com a expectativa de dar um golpe decisivo em Mubarak após 11 dias de protestos.

Os egípcios faziam fila diante de uma barreira, na qual os soldados revistavam sistematicamente os manifestantes. Muitas pessoas pediam a abertura de outra entrada pelo temor de ficar de fora do início da prece muçulmana. A ideia é seguir depois em marcha de cerca de 15km até o Palácio Presidencial.

Patrick Baz/AFP
Manifestantes antigoverno aguardam perto de barricada improvisada na praça Tahrir, no Cairo
Manifestantes antigoverno aguardam perto de barricada improvisada na praça Tahrir, no Cairo

Um jornalista do canal de TV Al Jazeera afirmou que cerca de 65 soldados estão perto da Ponte 6 de Outubro e do museu, usando equipamento antidistúrbios. Eles também limitam acesso dos egípcios ao Corniche.

A situação no Cairo, especialmente no centro da cidade, parece ser tranquila até o momento e não há registros de novos tiroteios.

Fonte Folha.com
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