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sexta-feira, maio 13, 2011

As políticas sociais e as obrigações da igreja



"Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me." Mateus 25:34-36

Para os cristãos muitas vezes é difícil conciliar deveres e obrigações do Reino com a graça que nos foi entregue sem que precisássemos pagar absolutamente nada, simplesmente porque Jesus Cristo já sanou essa obrigação ao morrer na cruz, mas analisando por outro lado o novo pacto de Deus com o homem, selado pelo Messias, é totalmente claro dizendo que realmente estamos livres da condenação oriunda do pecado, mas que essa suposta libertação não nos desobriga a fazer parte do cumprimento da missão de Cristo.

As epístolas de Tiago mostram de forma muito objetiva, que não podemos nos enganar que nosso estado de salvos pela graça mediante a fé seja simplesmente um estado de letargia para receber benesses do Reino de Deus, mas muito pelo contrário é o estado em que nos sentimos compelidos a produzir boas obras que demonstrem a nossa fé e o nosso caráter, sendo estas características intrínsecas daqueles que foram lavados e remidos pelo sangue do cordeiro.

Essa é a verdadeira Igreja de Cristo, que deve proporcionar uma vida digna para todos àqueles pelos quais Jesus morreu na cruz, porque Deus amou o mundo, não exclusivamente os seus filhos, mas os que estão perdidos e desgarrados, confiando a nós a tarefa de cuidar do seu rebanho.

A igreja, obrigatoriamente, tem que ser o centro e a referência de todas as políticas públicas no combate contra a fome, começando pela necessidade básica humana da alimentação e se estendendo ao pão que vêm do céu dado a todos os homens para que nunca mais tenham fome de Deus, mas que possa desfrutar de um banquete na presença do Senhor.

Também é mandatório que a igreja seja o alicerce das políticas de distribuição e tratamento de água para que ninguém mais tenha que ter sede e não ter o que beber, que seja acessível à população água pura, esgoto tratado e encanado. Além de uma responsabilidade emergencial com os que passam sede ou estão expostos à doenças, mas também com relação às gerações futuras desenvolvendo políticas de re-utilização e economia de água para que nossos filhos também tenham acesso à ela. Mas além disso tudo precisamos levar a água da vida, aquela que uma vez bebida nunca mais sentimos sede, a água que veio do trono de Deus para purificar nossos pecados e transgressões.

Faculta à igreja ainda que as políticas externas sejam pacificadoras e acolhedoras, constituindo o Reino de Deus na terra como um reino onde a verdadeira paz possa ser encontrada, acolhendo os perseguidos e oprimidos de outras nações, não os explorando mas tratando-os dignamente. Somos, em última instância, também peregrinos nessa terra. Não pertencemos a esse mundo e é exatamente por isso que precisamos levar a mensagem de que em breve desfrutaremos de um novo céu e uma nova terra, a Nova Jerusalém, onde Deus reinará para todo o sempre.

Cabe à igreja as políticas públicas de saúde, não permitindo que pessoas sejam abarrotadas em hospitais como gado, que familiares abandonem pessoas no leito de morte, mas sim, que sejamos as mãos de Deus segurando as mãos dessas pessoas até o último segundo, se possível levando a cura do corpo físico à essas pessoas como Jesus fez a centenas quando esteve nessa terra, mas o mais importe é que possamos levar a cura para a maior doença do ser-humano: o pecado.

E por fim, o Rei espera que a igreja leve políticas carcerarias justas e humanas para os que foram condenados e hoje pagam pelos seus crimes atrás das grades. Não com um sentimento de vingança, mas com o amor e a compaixão que emanam de Cristo, sabendo que os encarceirados são tão pecadores quanto nós, e que merecem ser tratados com todo nosso respeito para que possam ter a possibilidade de restaurar suas vidas quando novamente alcançarem a liberdade, e cabe a nós mostrarmos para eles que a única saída é Cristo. E que não apenas os encarceirados fisicamente sejam nosso alvo, mas também aqueles que vivem atrás de grades mentais, escravizados pelo pecado, incapazes de viver dignamente. Que possamos levar a verdadeira liberdade em Cristo a esses também.

Como o instrumentos de Deus aqui na terra que somos, precisamos tomar consicência da missão de Deus em resgatar o homem em todos o seus aspectos, trazendo de volta sua dignidade e sua honra, encaminhando-o de volta ao Criador. A igreja não pode em hipótese nenhuma se esconder atrás de um discurso espiritual sem assumir sua responsabilidade nesse mundo que jaz no maligno.

E até que os cristãos tomem essa posição corajosa, a qual eu mesmo - o maior dos pecadores - não ouso tomar, outros que nem mesmo conhecem a Cristo estão fazendo nossa parte.

Matheus Soares

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